Morreu na madrugada desta quarta-feira (17), aos 90 anos, o jornalista, advogado e escritor Jorge da Cunha Lima, ex-presidente da Fundação Padre Anchieta e da Fundação Cásper Líbero.
Como executivo de televisão, foi responsável por algumas das principais produções da TV Cultura e da TV Gazeta entre as décadas de 1980 e 2000, além de ter sido secretário estadual de Cultura e de Comunicações de São Paulo e atuado na campanha das Diretas Já.
Morreu na madrugada desta quarta-feira (17), aos 90 anos, o jornalista, advogado e escritor Jorge da Cunha Lima, ex-presidente da Fundação Padre Anchieta e da Fundação Cásper Líbero.
Como executivo de televisão, foi responsável por algumas das principais produções da TV Cultura e da TV Gazeta entre as décadas de 1980 e 2000, além de ter sido secretário estadual de Cultura e de Comunicações de São Paulo e atuado na campanha das Diretas Já.
Formado em jornalismo e direito pela USP e administração de empresas pela FGV, Jorge da Cunha Lima foi um humanista defensor não só da democracia, mas do acesso à cultura e à informação de qualidade.
Como advogado, participou do ato no Largo São Francisco de leitura da Carta aos Brasileiros, em 1977, relembrado em agosto de 2022 em um novo documento em defesa do estado democrático de direito e das instituições brasileiras.
Foi coordenador da campanha das Diretas Já em São Paulo, palco das principais manifestações nos anos 1980 pela volta do voto direto para a Presidência da República. Na época, durante a gestão de Franco Montoro, foi secretário estadual de Comunicações e de Cultura, período em que percebeu a importância das TVs educativas e filantrópicas.
Entre 1987 e 1989, ao assumir a Fundação Cásper Líbero, foi responsável pela criação da TV Mix, um marco na televisão brasileira. Com mais de 8 horas de exibição ao vivo, o programa lançou nomes como Astrid Fontenelle, Serginho Groismann e Tadeu Jungle, além dos “abelhas”, repórteres-cinegrafistas que tinham como marca registrada a agilidade de captar e produzir conteúdo diretamente das ruas, dentre os quais se destacava Marcelo Tas.
Mas foi à frente da Fundação Padre Anchieta, entre junho de 1995 e junho de 2004, que Jorge da Cunha Lima deu sua maior contribuição à televisão brasileira. Primeiro, ao concretizar o conceito de TV pública a partir da Constituição Federal de 1988. Depois, ao desenhar um novo modelo de financiamento que levou a TV Cultura a um novo patamar, reconhecido em premiações nacionais e internacionais recebidas por produções jornalísticas, documentários e pela programação infantil.
A UNESCO concedeu a Jorge da Cunha Lima o Prix Camera pela maior contribuição mundial na comunicação jornalística de televisão. No Brasil, recebeu em 1996 a Ordem do Mérito Cultural do Ministério da Cultura.
“Sua grande contribuição foi transformar uma TV cultural importante em uma TV pública relevante em todo o mundo”, diz Marco Antônio Coelho Filho, que foi diretor de jornalismo da Gazeta e da Cultura nas gestões de Jorge da Cunha Lima.
Antes da televisão, Jorge da Cunha Lima havia dirigido o jornal Última Hora, de Samuel Wainer, no qual também assinava a coluna Pauliceia Desvairada. Como escritor e poeta, publicou Ensaio
Geral, Mão de Obra, Véspera de Aquarius, O Jovem K e o recente Tróia Canudos.
Viúvo, Jorge da Cunha Lima deixa três filhos e sete netos.
FONTE: Por CNN/Foto:Reprodução/ Facebook