Cotado para assumir o Ministério da Fazenda em 1º de janeiro do ano que vem, Fernando Haddad (PT) anunciou que passará, a partir desta terça-feira (29), a fazer parte do grupo técnico da Economia e a participar de reuniões com os economistas que trabalham no gabinete de transição do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Eu passarei a integrar o grupo de Economia a partir de amanhã”, anunciou Haddad nesta segunda-feira (28), ao deixar o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) – sede do gabinete de transição, em Brasília. “Lula pediu que a partir de amanhã eu encontre os economistas da transição para me inteirar”, complementou. “O presidente [Lula] pediu para eu acompanhar o tanto que fosse possível as reuniões a partir de agora.”
“Vou encontrar com o Guilherme Mello amanhã [terça] à tarde, vou ter um café da manhã com o Galipolo, e devo encontrar o Nelson Barbosa. Ou seja, estou autorizado, pelo presidente, a interagir com os integrantes do grupo de economia, e eventualmente participar do grupo”, completou.
Ex-ministro da Educação nos governos de Lula e Dilma Rousseff, e ex-prefeito da cidade de São Paulo, Fernando Haddad tem sido o candidato mais cotado para assumir a pasta da Fazenda, que deve ser recriada no próximo governo. Até esta segunda, no entanto, o nome dele não havia sido incluído na equipe econômica da transição.
Haddad não respondeu, entretanto, sobre assumir definitivamente ou não o comando do principal ministério da área econômica no próximo governo Lula. E, segundo o próprio Haddad, pode ser que não haja uma nomeação oficial dele para o grupo técnico. “Estou aqui na condição de colaborador.”
De acordo com um dos parlamentares que está à frente das principais discussões sobre a PEC no gabinete de transição, o nome do ministro da Fazenda deve ser anunciado nos próximos dias. “O presidente Lula tá aqui essa semana, tá conversando com vários setores e deve estar caminhando para anunciar o ministro”, prevê o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), líder do PT na Câmara.
Sobre o texto da PEC
O ex-prefeito de São Paulo disse não ter sido avisado de antemão e ter descoberto pela imprensa sobre a apresentação nesta segunda-feira (28) do texto da PEC para possibilitar o pagamento de R$ 600 do Bolsa Família em 2023. “Não participei do grupo de Economia”, justificou.
Fernando Haddad também não quis comentar sobre o teor do texto apresentado pelo senador Marcelo Castro (MDB-PI). “Eu não posso comentar o texto da PEC porque sequer conheço o texto da PEC (…) não participei da elaboração do texto.”
“Soube pela imprensa que o texto foi apresentado e perguntei aqui, me falaram que foi por causa do prazo”, revelou. A proposta precisa ser aprovada com por pelo menos 60% dos parlamentares, e em dois turnos, no Senado e na Câmara dos Deputados – além das comissões de Constituição e Justiça e a Especial -, antes do fim do ano legislativo.
Sobre a fala na Febraban
Sobre a repercussão negativa da própria fala no evento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) na semana passada, Haddad argumentou não ter as informações almejadas pelos banqueiros e participantes do encontro à época pelo fato de ainda não fazer parte, de fato, da equipe de economia do gabinete de transição de Lula.
“Eu fui na condição de representante do presidente Lula, eu não fui na condição de integrante do grupo de economia da transição, com o qual eu vou interagir a partir de amanhã”, justificou o ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo.
FONTE: Por CNN