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TCE-AM recomenda aprovação das contas de Wilson Lima de 2021 com ressalvas e recomendações

Os conselheiros pediram ajustes de "impropriedades", como contratos com empresas de grande porte que têm débitos junto aos cofres públicos, mas que continuam mantendo relações financeiras com o Estado.

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Wilson Lima, governador do Amazonas — Foto: Secom

O Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM) recomendou a aprovação das contas do governador do Amazonas, Wilson Lima, referentes ao exercício de 2021, com ressalvas e recomendações. A decisão unânime saiu na manhã desta terça-feira (6). 

O representante da Procuradoria Geral do Estado, Eugênio Nunes, justificou os pontos destacados durante a aprovação e as providências que estariam sendo tomadas pelo estado. 

“Com relação a racionalização do gasto público, aqui quero trazer que recentemente o governador Wilson Lima constituiu uma comissão para racionalizar o gasto público e a gente está trabalhando em diversas frentes. Uma delas, é especificamente na área da saúde, onde a gente está buscando otimizar os gastos e os contratos para que com o menor custo possível, a gente possa entregar o melhor serviço à população”, afirmou. 

Durante sessão especial do Tribunal Pleno, os conselheiros emitiram um parecer prévio recomendando a aprovação das contas. “O relatório destacou a não existência de desvios que dessem motivos para a desaprovação das contas”, afirmou o TCE. 

A relatoria é da vice-presidente da Corte de Contas, conselheira Yara Lins dos Santos. De acordo com o TCE, a conselheira destacou que o governador precisa adequar impropriedades identificadas. 

“Entre elas a insistência do Governo do Amazonas em ultrapassar o limite prudencial de 45,55% do orçamento previsto com gastos com pessoal exclusivo ao Poder Executivo, chegando a 45,61% no exercício, bem como o descumprimento da meta de resultado nominal”, detalhou o TCE.

A conselheira-relatora ressaltou, ainda, o papel técnico da Corte de Contas amazonense em emitir o parecer sobre as contas. No entanto, ela destacou que a decisão final sobre as contas é de responsabilidade dos deputados que compõem a Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam). 

“Cabe ressaltar que a análise feita nessa oportunidade é técnica, subsidiária ao julgamento que a Assembleia Legislativa fará, não prejudicando a auditoria e julgamento que o TCE realizará em todas as unidades gestoras do governo do estado cujo objetivo é diferente, onde o enfoque recai sobre aos aspectos da execução da receita e da despesa compreendendo todos os estágios, assim como o exame dos atos administrativos e que originam despesas para o erário estadual”, explicou Yara Lins. 

Ao acompanhar o voto da conselheira-relatora, o conselheiro Ari Moutinho Júnior comentou que o Governo do Amazonas precisar “acertar as contas” com empresas de grande porte do estado que possuem “vultosos” débitos junto aos cofres públicos, mas que continuam mantendo relações financeiras junto ao Estado. 

“Eu vejo uma incoerência quando diversas grandes empresas no nosso estado devem ao governo, ao passo que o governo compra com essas empresas gêneros alimentícios para fazer frente a necessidades como a cheia dos rios, por exemplo. Há um desencaixe do que o estado tem a capacidade de cobrar e do que é cobrado. Nós vamos esperar essas empresas quebrarem para tentarmos resgatar esse patrimônio?”, indagou o conselheiro, ao colocar o TCE-AM à disposição para ajudar o governo no tema.

O conselheiro Josué Cláudio também acompanhou na íntegra o relatório. “Muito lúcidas as palavras do conselheiro Ari Moutinho no sentido de haver um encontro de contas entre essas empresas que historicamente são devedoras do estado do Amazonas e que, claro, nós entendemos que as empresas que ainda estão em exercício têm um trabalho social muito importante, apesar de não serem boas pagadoras, mas isso não pode ser levado em consideração apenas. É preciso que esses recursos sejam revertidos no bem comum da nossa população e a tarefa do Tribunal de Contas nesses pareceres técnicos é justamente poder dar a segurança ao povo do Amazonas de que esses recursos estão sendo bem utilizados”, disse. 

O conselheiro-convocado Mário Filho pediu mais atenção ao Governo do Amazonas para que resolvam “impropriedades” identificadas já em prestações de contas anteriores. “Reconheço que são questões de complexa solução, mas ficam aqui as ressalvas para que o governo envide esforços para solucionar essas ocorrências que já são conhecidas de todos nós aqui há bastante tempo”, afirmou. 

Representando o Ministério Público de Contas (MPC), o procurador João Barroso apoiou o relatório e o voto da conselheira Yara Lins dos Santos. Ele ressaltou as recomendações para que o governo resolva as impropriedades identificadas que resultaram nas ressalvas feitas pelos conselheiros do Tribunal Pleno.

Agora, o parecer prévio deve ser enviado aos deputados da Assembleia Legislativa do Amazonas para realização do julgamento político da gestão fiscal. 

Receitas e despesas

Entre os números destacados pela conselheira Yara Lins dos Santos estão um superávit no valor de R$ 773.971.113,78, resultante da diferença entre a eceita realizada de R$ 25.652.542.029,21 e a despesa executada no exercício, de R$ 24.878.570.915,43. 

Com relação às despesas, segundo a conselheira, houve a liquidação de R$ 23.627.682.987,06. Já a despesa fixada em 18.887.974.000,00 somando-se aos créditos adicionais abertos de 16.988.148.225,71, e subtraindo o valor correspondente aos cancelamentos de dotações totalizaram uma despesa autorizada de 26.063.237.326,70, em detrimento à despesa realizada 24.878.570.915,043 gerando a economia orçamentária (superávit) de R$ 773.971.113,78. 

O somatório entre as receitas correntes da ordem de R$ 26.076.861.093,35 e um capital de R$ 1.337.396.911,44 totalizou um montante da receita líquida arrecadado de R$ 25.052.542.029,21. 

Com destaque para as receitas tributárias na ordem de R$ 14.611.855.426,64. Das receitas tributárias, o destaque ficou com o ICMS, com a arrecadação de R$ 13.052.090.720,35, o que representou 89,33% das receitas tributárias. 

Gastos com saúde chegaram a R$ 2.788.535.244,56, representando 18,57% da arrecadação dos impostos, cumprindo o artigo 6 da Lei complementar 141/2012. Já os gastos com educação alcançaram R$ 3.756.675.741,66, correspondendo a 25,2% da receita resultante de impostos e transferências. 

FONTE: Por G1 AM

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