Seis finalistas do concurso de beleza Miss Universo Indonésia deste ano apresentaram queixas à polícia acusando os organizadores de fazê-las tirar a roupa para “exames do corpo” e fotos de topless.
Dirigindo-se a repórteres do lado de fora da sede da polícia regional na capital Jacarta na terça-feira (8), Mellisa Anggraini, advogada que representa as mulheres, alegou que os oficiais do concurso pediram que suas clientes removessem seus tops para que eles pudessem “examinar cicatrizes, celulite ou tatuagens”, disse ela.
Uma competidora, identificada apenas pela inicial “N”, expressou choque porque “verificações corporais” não constavam da programação do evento, segundo Anggraini. A mulher não identificada obedeceu e foi fotografada de topless, assim como outras quatro mulheres. “Foi o suficiente para humilhá-la e degradá-la”, disse a advogada em comentários transmitidos pela afiliada da CNN na Indonésia.
Em uma coletiva de imprensa, outra concorrente não identificada, cujo rosto foi borrado pelas emissoras locais, disse que pediram que ela posasse de forma inadequada, inclusive abrindo as pernas, informou a Reuters.
As competidoras dizem que as fotografias foram tiradas com funcionários do sexo masculino presentes na sala. Evidências adicionais, como documentos e vídeos, foram apresentadas junto ao relatório policial, disse Anggraini.
Os supostos incidentes ocorreram em 1º de agosto, dois dias antes da grande final em Jacarta, acrescentou ela.
O porta-voz da polícia disse a repórteres que as queixas formais foram apresentadas na segunda-feira (7) e as investigações estão em andamento. “As denúncias serão usadas como base para nossa investigação”, disse ela.
O concurso Miss Universo acontece todos os anos em um país anfitrião diferente e vê dezenas de vencedores de concursos nacionais competindo pelo título global. O evento ao vivo atrai audiências globais de milhões.
Em um comunicado compartilhado com a CNN, os organizadores do Miss Universo disseram estar cientes das alegações feitas contra o concurso Miss Universo Indonésia 2023, que é operado por um franqueado local.
“O Miss Universo leva as alegações de abuso sexual e impropriedade extremamente a sério”, dizia o comunicado. “Fornecer um lugar seguro para as mulheres é a maior prioridade do Miss Universo, e estamos investigando esse assunto.”
Os organizadores do concurso indonésio não responderam imediatamente ao pedido de comentário da CNN, mas em um comunicado compartilhado no Instagram, a diretora Poppy Capella disse que sua organização estava “monitorando de perto a situação”.
“Estamos investigando ativamente as alegações que foram relatadas na mídia de massa”, dizia a declaração de Capella. “Vamos conduzir uma investigação completa e analisar as alegações feitas contra nós. Tomaremos prontamente a posição e as ações necessárias em relação a esta questão e apuraremos a verdade”.
A CNN também entrou em contato com os representantes legais dos reclamantes para mais comentários.
FONTE: Por CNN