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Hamas aceitou proposta de cessar-fogo em Gaza e devolução de reféns, diz agência; gabinete de Netanyahu nega

Negociações se intensificaram e um novo acordo deve sair ainda esta semana. Grupo extremista diz que ainda não deu resposta por escrito, mas Autoridade Palestina afirma que aprovação verbal já foi dada.

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Palestinos de luto por mortos no conflito em Gaza — Foto: REUTERS/Ramadan Abed

O Hamas já concordou com a proposta de cessar-fogo em Gaza e de devolução de reféns compartilhada pelos negociadores do Catar, afirmou uma autoridade israelense à agência de notícias Reuters nesta quarta-feira (15).

No entanto, o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, nega a informação e diz que o grupo extremista ainda não aceitou a proposta.

“Ao contrário dos relatos, a organização terrorista Hamas ainda não respondeu ao acordo”, disse o gabinete em comunicado.

À Reuters, um oficial do Hamas confirmou que ainda não deu uma resposta por escrito à proposta.

Um representante da Autoridade Palestina afirma que a aprovação verbal já foi dada e que o grupo só aguarda mais informações para seu aval oficial ao acordo.

Segundo a agência AFP, a trégua também foi aprovada pelo grupo aliado do Hamas Jihad Islâmica.

“As facções da resistência chegaram a um acordo entre si e informaram aos mediadores de sua aprovação do acordo de troca e cessar-fogo”, declarou à AFP uma fonte sob anonimato.

Autoridades do Catar, Egito e Estados Unidos, bem como de Israel e do Hamas, participam das negociações, que seguem nesta quarta.

Um dia antes, nesta terça-feira, várias delas afirmaram que um acordo estava mais próximo do que nunca, apesar do conflito continuar deixando mortos no território palestino.

Caso a proposta debatida agora seja aprovada, o primeiro passo será um cessar-fogo inicial de seis semanas com a libertação de 33 reféns israelenses em troca de prisioneiros palestinos e uma retirada gradual das forças israelenses do centro de Gaza e o retorno dos palestinos deslocados ao norte do enclave.

Uma segunda fase prevê a libertação de todos os reféns restantes, um cessar-fogo permanente e a retirada completa dos soldados israelenses. Segundo o site “Axios”, 98 reféns israelenses sob o poder de Gaza ainda estariam vivos.

Uma questão mais polêmica e ainda sem resposta é quem governará Gaza depois da guerra. Israel rejeitou qualquer envolvimento do Hamas, que governava Gaza antes da guerra, mas se opôs quase igualmente ao governo da Autoridade Palestina, o órgão criado pelos acordos de paz provisórios de Oslo há três décadas e que tem poder de governo limitado na Cisjordânia.

O primeiro-ministro palestino, Mohammad Mustafa, disse nesta quarta-feira que a Autoridade Palestina deve ser o único poder governante em Gaza após a guerra, ideia que foi defendida nesta terça pelo chefe da diplomacia americana, Antony Blinken.

Negociações a todo vapor

Na segunda-feira (13), as autoridades envolvidas nas negociações divulgaram que uma versão “final” do acordo havia sido entregue. Horas depois, o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, também afirmou que considera possível um acordo de trégua em Gaza “esta semana”.

“Estamos perto de um acordo e ele pode ser fechado esta semana. Não estou fazendo uma promessa ou uma previsão, mas está ao nosso alcance”, disse Sullivan aos repórteres.

A delegação do Hamas que participa das negociações afirmou que as conversas estão progredindo bem. Já o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, garantiu que o acordo está próximo de ser fechado.

Parentes de reféns na fronteira de Israel com a Faixa de Gaza — Foto: REUTERS/Amir Cohen
Parentes de reféns na fronteira de Israel com a Faixa de Gaza — Foto: REUTERS/Amir Cohen

O avanço nas negociações foi feito em Doha durante a noite de domingo (12), após conversas com representantes de Israel, dos Estados Unidos e do Catar.

Horas antes, o presidente americano, Joe Biden, conversou com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, por telefone. Os dois discutiram iniciativas já em andamento, que visam colocar um fim aos combates no enclave palestino e libertar os últimos reféns, disse a Casa Branca em um comunicado.

Biden “insistiu na necessidade imediata de um cessar-fogo em Gaza e no retorno dos reféns, com um aumento na ajuda humanitária possibilitado pela cessação dos combates como parte do acordo”, escreveu a Casa Branca.

As autoridades dos EUA estão trabalhando para obter um acordo antes da posse de Trump, em 20 de janeiro.

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Sa’ar, disse nesta segunda-feira (13) que o país estava “trabalhando duro” para garantir um acordo que encerraria a guerra e permitiria a libertação de reféns mantidos no território palestino.

“Israel realmente quer libertar os reféns e está trabalhando duro para chegar a um acordo. As negociações estão avançando”, disse ele em uma coletiva de imprensa conjunta ao lado do chanceler dinamarquês, Lars Lokke Rasmussen.

À agência de notícias Reuters, o Hamas afirmou na segunda que as conversas sobre algumas questões centrais para o cessar-fogo em Gaza progrediram e que seus representantes estão trabalhando para concluir o que resta discutir em breve.

Prédios destruídos na Faixa de Gaza durante conflito entre Israel e Hamas, vistos do sul de Israel — Foto: Kai Pfaffenbach/Reuters
Prédios destruídos na Faixa de Gaza durante conflito entre Israel e Hamas, vistos do sul de Israel — Foto: Kai Pfaffenbach/Reuters

Cerca de 100 reféns israelenses, vivos ou mortos, ainda estão nas mãos do Hamas desde os ataques de 7 de outubro de 2023 pelo grupo palestino no sul de Israel.

A represália de Israel já deixou mais de 46 mil mortos em Gaza, de acordo com autoridades de saúde palestinas. O enclave está destruído e enfrenta uma crise humanitária. A maior parte da população foi deslocada.

FONTE: Por G1

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